terça-feira, 6 de abril de 2010

AS MÁSCARAS DA CIÊNCIA E A DIFICULDADE DA DEFINIÇÃO DA PESQUISA




De acordo com Japiassu (1977), fica visível um dos pontos mais controverso sobre a "neutralidadeda" na ciência.

"A significação aparente da ciência encontra-se nas intenções subjetivas dos próprios cientistas, cuja preocupação fundamental seria a busca do conhecimento, e nas intenções dos que elaboram a política científica, tendo em vista o aumento da produção de bens como decorrência da produção de conhecimentos. O cientista, no mundo atual, saiu da ficção neutralista e com ele a ciência. Por isso estamos diante de dois mitos da ciência: o mito da ciência-gue-conduz-necessariamente-ao-progresso e o da ciência-pura-e-imaculada. Segundo o primeiro a ciência se expõe a ser julgada pelo valor social de seus resultados e de acordo com o segundo a ciência é seu próprio fim, não tendo que prestar contas a nenhuma instância exterior. Se há crise na ciência é porque os cientistas se interrogam sobre a significação e função reais, na sociedade, de seus trabalhos."

Neste contexto, podemos analisar o que então se faz no meio social através da Pesquisa-Ação, seria uma das formas de atuar de forma científica e consciente dos resultados da ciência?
(seria uma hipótese?)

De viés com a neutralidade na pesquisa cientifíca, vai a minha intenção ao buscar através do conhecimento e da partilha, utilizar das formas e técnicas na áreá da gestão de projetos a utiliação de uma(s) metodologia(s) que venha(m) ao encontro dos anseios das entidades culturais e sociais no apóio ao desenvolvimento dessas organizações (Grupos Carnavalescos, Escolas de Samba e Quadrilhas) que trabalham com projetos voltados para a comunidade onde estão inseridas.

Assim, a busca por uma metodologia ou um(s)metódo(s) que possa ser conduzido com a inserção do pesquisador, valendo-se da convivência e dos conhecimentos já adquiridos com outras linhas de estudos e pesquisa no intuito de desenvolver as atividades culturais e socias em determinada região seja passível de uma pesquisa cintífica - Pesquisa-Ação - então vejo nesse caminho uma luz para o desenvolvimento da pesquisa proposta.

Ainda, de acordo com Japiassu(1977) e seu trabalho só justifica o estatuto privilegiado que lhe
reconhecemos, mas ele não pode permanecer estranhos à "sociedade do espetáculo". Na verdade, saiu da ficção neutralista. E, com ele, a ciência. Por isso, estamos diante de dois mitos ou de duas ilusões (máscaras) que precisam ser superadas. Trata-se da dupla ilusão da neutralidade objetiva, que dispensaria os cientistas, em nome de sua atividade racionalista, de tomar parte nos conflitos e nas incertezas da cidade política (exceto de tomar parte na defesa da nação em perigo, e este é o caminho de todas as hipocrisias neutralistas), e do magistério ético que reconheceria aos cientistas o direito que eles possuiriam de dizer o que é bom, porque conhecem o que é verdadeiro (o que degenera, ipso facto, em "política cientificizada"). Ora, não há nenhum carisma político no patrimônio da comunidade científica. Por isso, não pode reivindicar o direito de governar a sociedade.

Então, como pesquisador não pode (não tem o poder) gorvernvar essa comunidade, através da Pesquisa-Ação (PA) poderá auxiliar e colaborar com o desenvolvimento através da sua participação (inserção) e interação com objeto da pesquisa, sendo essa uma das afirmações de diversos autores sobre a PA no contexto social das ciências sociais aplicadas (LEWIN, 1965; FREIRE,1972; THIOLLENT, 1998; BARBIER 2002), nesta linha Tripp (2005) nos apresenta uma explicação do desenvolvimento da PA.

É difícil de definir a pesquisa-ação por duas razões interligadas: primeiro, é um processo tão natural que se apresenta, sob muitos aspectos, diferentes; e segundo, ela se desenvolveu de maneira diferente para diferentes aplicações. Quase imediatamente depois de Lewin haver cunhado o termo na literatura, a pesquisa-ação foi considerada um termo geral para quatro processos diferentes: pesquisa-diagnóstico, pesquisa participante, pesquisa empírica e pesquisa experimental (Chein; Cook; Harding, 1948). Pelo final do século XX, Deshler e Ewart (1995) conseguiram identificar seis principais tipos de pesquisa-ação desenvolvidos em diferentes campos de aplicação.

No final da década de 1940 e início da década de 1950, utilizava-se em administração (Collier), desenvolvimento comunitário (Lewin, 1946), mudança organizacional (Lippitt, Watson; Westley, 1958) e ensino (Corey, 1949, 1953).

Na década de 1970, incorpora-se (com finalidades de) mudança política, conscientização e outorga de poder [empowerment] (Freire, 1972, 1982), pouco depois, em desenvolvimento na- cional na agricultura (Fals-Borda, 1985, 1991) e, mais recentemente, em negócios bancários, saúde e geração de tecnologia, via Banco Mundial e outros (Hart; Bond, 1997).


Então, neste contexto, me vejo com uma problemática da pesquisa - "PESQUISA-AÇÃO: A formação do conhecimento e geração de idéias na elaboração, execução, armazenamento, recuperação e acesso a informação para o desenvolvimento de projetos culturais autossuestentaveis nos níveis estratégicos, tático e operacional." - Seria então uma pesquisa ciêntifica ou não no contexto da Ciência da informação?

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