terça-feira, 10 de agosto de 2010

Baner do Projeto de Pesquisa


Uma das coisas boas quando se fala de projeto, é o de podermos fazer os ajustes e se mudar parte do que foi pensado e planejado podendo se compor à uma nova realidade. É justamente o que ocorreu com a idéia do projeto inical com o que está sendo apresentado pelo Baner, houve uma mudança no sentido de se adequar ao grupo de pesquisa e a linha do programa sem perder o foco inicial com o alinhamento da Ciência da Informação. Assim, espero ter aproximado ao objetivos propostos.

Contudo, é exatamente neste caminhar que vamos buscando nos adequar no contexto da pesquisa, ainda mais, pela minha proposta na qual se irá utilizar da pesquisa-ação, onde terá de ter flexibilidade no decorrer do projeto, haja visto que contará com o envolvimento entre o pesquisador e o objeto da pesquisa. Assim, a estruturação de registros imagéticos poderá vir à contribuir na comunicação apresentação de projetos culturais aos Grupos de Escoloa de Samba e Quadrilhas juninas.

Porém, quem se interessar pela conteúdo da Disciplina Metodologia em Ciencia da Informação, pode ser acessda do progrma de pósGraduação PPGCInf da Faculdade de Ciência da Informação da UNB, é só acessar o Blog na página http://metodologiaci.blogspot.com/ Ainda poderá ver outros blogs com material dos projetos desenvolvidos pelos alunos e temas pertinentes a Ciência da Informação.


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Seminário: Problematização da Ciência com Popper, Kun e Tomanik

Olá pessoal!
Estejam todos convidados a assitirem e participarem do seminário da disciplina de Metodologia Científica com o tema "a problematização da ciência" com Popper, Kuhn e Tomanik cap. 3. No Auditório da FCI-UNB das 14:15h. as 17:42h de 29/07/2010.


Grupo de Trabalho

Leonardo

Ronald

Luiz

A Problematização da ciência com

Popper, Kuhn e Tomanik cap. 3


Roteiro de Apresentação

Abertura:

Contextualização dos autores

A Problematização da Ciência com Popper, Khun e Tomanik

Utilização de vídeos:

1º Contextualização sobre Objetividade da ciência e o cientista;

2º contextualização do Empirismo na prática;

3º Criação de uma teoria e sua verificação com instrumentos;

4º Filosofia moderna, a ciência como domínio da natureza e do ser humano.


Entrevista com Tomanik




A Ciência e o Cientista e seus problemas vistos por Popper, Kuhn e Tomanik.







POPPER, Karl Raimond


De acordo com Popper, a ciência é uma construção racional exatamente por ser histórica. Sua construção se dá com base no enfrentamento, pelo homem, de problemas que lhe surgem ao longo da vida, sendo, portanto, irrecusável sua estreita vinculação com a realidade externa e com os fenômenos culturais de cada época (SCHMDIT, 2007). Ainda, diz que o trabalho do cientista consiste em elaborar teorias e pô-las à prova (POPPER, 2009, p. 31). Desta forma Popper, considera que os cientistas, são solucionadores de problema; toda investigação científica parte de problemas, este é o caminho inicial para o desenvolvimento da ciência.

Na visão de Popper, não existe observação pura, pois todas as observações são sempre realizadas à luz de pressupostos e de teorias prévias que o cientista traz consigo (RODRIGUES, 2010) e que a ciência, não pode ser alinhada pelo indutivismo empiricista e sim pela dedução lógica. Pois, a indução não pode levar à certeza e sim a um ciclo constante de incertezas (SCHMDIT, 2007).

Para Popper, a ciência é feita através de uma permanente construção de hipóteses e de seu cotejamento com a realidade. Sendo que as teorias, científicas são enunciados universais. Como todas as representações linguísticas, são sistemas de signos ou símbolos (POPPER, 2009, p. 61). E que essas teorias são redes, lançadas para capturar aquilo que denominados “o mundo”, para racionalizá-lo, explicá-lo, dominá-lo. Nossos esforços, são no sentido de tornar as malhas da rede cada vez mais estreitas. Pois, “o conhecimento humano consiste em teorias, hipóteses e conjecturas que nós formulamos como produto de nossas atividades intelectuais” (POPPER, 2009, p. 61-62). Conjectura – ato ou efeito de inferir ou deduzir que algo é provável, com base em presunções, evidências incompletas, pressentimentos; conjetura, hipótese, presunção, suposição (HOUAISS, 2010).

Ele, ainda concebe a ciência como uma sucessão de pensamentos, frutos da imaginação criadora do homem, que historicamente se aproxima cada vez mais da verdade (ao mesmo tempo que, num certo grau, transforma essa mesma verdade), ao transformar o mundo que nos cerca, parecendo afasta-la para uma fronteira cada dia mais distante, sempre capaz de uma explicação cada vez mais abrangente dos fenômenos observáveis, movida sempre pela crítica de nossos erros e pela refutação sucessiva das teorias, uma após a outra, refutações estas que colocarão novos problemas a serem enfrentados, novas perguntas a serem respondidas.

Contudo, Popper afirma que o progresso científico demonstrou consistir, não em acumulação de observações, mas em superação de teorias menos satisfatórias e sua substituição por teorias melhores, ou seja, por teorias de maior conteúdo. Além de contestar a indução, sustentou que toda e qualquer teoria científica assenta-se sobre uma série de pressupostos metafísicos que, mesmo não sendo refutáveis, podem ser discutidos criticamente, o que significa que são inteligíveis e, portanto, possuem significados. Por isso, pode ser levada a justificação ou falseamento (POPPER, 2009). Falseamento - é o que ocorre quando uma teoria é tida como falha. Falseamento é antônimo de prova, é retirado, em especial, da lógica e da matemática formais. Ainda, afirma que “a ciência é crítica e falível”. Pois o falseamento popperiano, é o resultado de uma “demarcação” entre o que ainda é aceito como correto cientificamente e o que já não possui este mesmo crédito a metafísica (HOUAISS, 2010). Metafísica – no aristotelismo, subdivisão fundamental da filosofia, caracterizada pela investigação das realidades que transcendem a experiência sensível, capaz de fornecer um fundamento a todas as ciências particulares, por meio da reflexão a respeito da natureza primacial do ser; filosofia primeira. No kantismo, estudo das formas ou leis constitutivas da razão, fundamento de toda especulação a respeito de realidades suprassensíveis (a totalidade cósmica, Deus ou a alma humana), e fonte de princípios gerais para o conhecimento empírico. Empirismo - doutrina segundo a qual todo conhecimento provém unicamente da experiência, limitando-se ao que pode ser captado do mundo externo, pelos sentidos, ou do mundo subjetivo, pela introspecção, sendo descartadas as verdades reveladas e transcendentes do misticismo, ou apriorísticas e inatas do racionalismo, atitude de quem se atém a conhecimentos práticos (HOUAISS, 2010). Nessa definição de impirismo, podemos observar que não é a mesma utilizada dentro das ciências, pelos cientistas, pois dizem que o empirismo são estudos sob o uso coordenado de métodos e técnicas de forma prática na execução das pesquisas para os problemas que enfrentam.

Porém, Popper questiona que determinado sistema científico é válido até o momento em que é refutado, mostrando-se sua falsidade. Desta forma, relata que a invenção de uma nova teoria ou de um novo sistema científico pressupõe que, em qualquer hipótese, para sua validade, devam ser submetidos à prova em um processo de "reconstrução racional". "Ora, eu sustento que as teorias científicas nunca são inteiramente justificáveis ou verificáveis, mas que, não obstante, são suscetíveis de se verem submetidas à prova." (POPPER, 2009). Assim. Podemos perceber que a objetividade dos enunciados científicos reside na condição deles poderem ser submetidos a teste.

Este processo de construção de uma nova teoria ou sistema científico inicia-se com uma comparação lógica entre as conclusões obtidas pela teoria construída, buscando uma coerência interna do sistema.

O segundo momento da prova é da investigação lógica da teoria para verificar se ela apresenta o caráter de uma teoria empírica ou científica.

O terceiro momento é o do confronto com outras teorias, com o objetivo de determinar se a teoria construída representa um avanço de ordem científica. Finalmente, "há a comprovação da teoria por meio de aplicações empíricas das conclusões que dela se possam deduzir."





KUHN, Tomas S.


Para Kuhn¹, a ciência, esta alinhada ao indutivismo empiricista, pois, sempre haverá interferência ou inferência por parte do cientista na pesquisa. A reflexão de Kuhn sobre a natureza da atividade científica articula-se em três conceitos fundamentais: os conceitos de "paradigma", "ciência normal" e "ciência revolucionária".

Às diversas formas de ver o mundo, Kuhn chamou paradigmas.

O conceito de paradigma tornou-se muito popular a partir das propostas de Kuhn e hoje significa, mesmo na linguagem corrente, uma maneira de ver a realidade. Trata-se de um conceito particularmente importante para compreender, não apenas a ciência, mas a própria vida em sociedade. De fato, muitos dos conflitos que hoje em dia se geram resultam de choques entre pessoas que vêm a realidade de maneiras antagónicas. Este fato é tão mais importante quanto acontece que, quando se vê a realidade de uma determinada maneira se tende a ser incapaz de a ver de outra, possivelmente mais correta.


A figura seguinte ilustra este fenómeno sobre uma imagem.


Algumas pessoas acham que ela representa uma velha. Outras acham que representa uma jovem. Ambas têm razão. De facto, a mesma imagem representa as duas coisas. No entanto, quem vê nela uma das coisas, não consegue ver a outra. Quando estamos prisioneiros de um paradigma, dificilmente conseguimos aceitar outro paradigma que compita com ele. Só se fizermos um esforço grande para nos situarmos no outro paradigma é que, então, subitamente, passaremos a ver as coisas de uma forma completamente diferente.

Segundo Kuhn², uma ciência evolui por etapas que ora são de evolução normal, ora de rotura revolucionária, sendo as roturas revolucionárias que mais contribuem para o progresso dessa ciência. Uma ciência que evolui de forma contínua atravessa uma etapa do seu desenvolvimento em que se considera que constitui uma Ciência Normal. Durante esse período, o mundo ao qual essa ciência se aplica é visto por todos os seus praticantes segundo uma mesma perspectiva. Todos vêm o mundo da mesma maneira. O importante é ganharmos flexibilidade intelectual para sermos capazes de mudar de paradigma.

Assim, para ser aceito como um paradigma, uma teoria deve parecer melhor que suas competidoras, mas não precisa (e de fato isso nunca acontece) explicar todos os fatos com os quais pode ser confrontada (KUHN, 2009). O novo paradigma implica uma definição nova e mais rígida do campo de estudos. Aqueles que não desejam ou não são capazes de acomodar seu trabalho a ele têm que proceder isoladamente ou unir-se a algum grupo. Contudo, uma vez encontrado um primeiro paradigma com a qual conceber a natureza, já não se pode mais falar em pesquisa sem qualquer paradigma. Rejeitar um paradigma sem simultaneamente substituí-lo por outro é rejeitar a própria ciência (KUHN, 2009).

Kuhn (apud SCHMDIT , 2007) diz que os Cientistas, são solucionadores de enigmas, os grandes progressos da ciência não resultam de mecanismos de continuidade, mas sim de mecanismos de rotura. Pois, segundo Kuhn (2009), o cientista está circundado de charadas que precisa resolver e ele, não a teoria, está em dificuldade para encontrar uma solução para a charada. [...].Acreditamos que o cientista somente se interessa por algo a ser investigado cientificamente a partir do surgimento de um problema. O problema, para ele, é um enigma, uma charada ao seu engenho. A partir deste momento, ele estará diante de uma situação crítica, buscando uma solução plausível para a lacuna de conhecimento que se manifestou com o surgimento do problema. Ambos estarão em dificuldades, o cientista na sua busca e a teoria, uma vez que já não satisfaz plenamente os anseios da comunidade científica.

Kuhn (apud SCHMDIT, 2007) indaga se o falseamento popperiano não é uma refutação concludente. Para nós, a partir do estabelecimento dos critérios de refutação, uma teoria pode ser falseada ou corroborada. Se ela for falseada, certamente poderá ser de forma concludente, se não, virão novas situações que porão seus conteúdos a prova novamente. O falseamento é, sem dúvida, uma contenda entre a teoria e a observação.


__________
1 KHUN THomas, Noção de paradigma. http://filosofia.projectos.esffl.pt/T_Khun/Paradigmas_Khun.pdf. Acessado em15/07/2010 às 22h.
2 Op.cit.



TOMANIK, Eduardo Augusto


A visão empiricista das ciências



De acordo com Tomanik (2004, p. 57), “hoje devem ser muito poucos os cientistas que ainda acreditam na possibilidade de que um dia se possa atingir o conhecimento pleno da realidade e com isso dar por encerrada a tarefa da ciência, nas não são poucos os que postulam que esta tarefa consiste exclusivamente na descrição, classificação e descoberta de relações entre os fatos - ou seja entre acontecimentos naturais, concretos e mensuráveis. Este são os que estou denominando de empiricistas.

Porém, Tomanik (2004, p. 59) diz que ao optar pelo termo “empiricismo”, esclarece que ele englobe todas aquelas linhas de pensamento que se propõem a trabalhar com base exclusivamente nos fatos. De outro lado, optamos pelo uso do empiricismo ao invés do empirismo já que este último termo vem sendo usado para indicar o mero conjunto de experiências individuais, não intencionais e nem coordenadas. Ainda, diz que o empiricismo exige de quem pretende se dedicar aos estudos, um verdadeiro espírito científico. [...] Sendo que “o espírito científico, na prática, se traduz por uma mente crítica, objetiva e racional” (CERVIO E BERVIAN, 1976, apud TOMANIK, 2004, P. 59 - 60).

Segundo Tomanik (2004, P. 60), “a busca da objetividade é o ponto central na definição da ciência para o empiriscismo. Ainda, descreve que “a ciência é um conjunto de conhecimento que se dá através da utilização adequada de métodos rigorosos, capazes de controlar os fenômenos e fatos estudados”. Ainda afirma, que o método científico, dentro do empiricismo, é um conjunto de procedimentos, cada vez mais elaborado e rigoroso, que visa garantir que os conhecimentos obtidos possuam as necessárias condições de neutralidade, precisão e verificabilidade que lhes garantam a objetividade (TOMANIK, 2004, P. 64).

Para Tomanik (2004), os objetos de estudos científicos só podem ser fenômenos naturais, tendentes à repetição e acessíveis aos procedimentos experimentais. Há ai um processo de dependência entre o objeto e o método. Contudo, segundo God e Hatt (apud TOMANIK, 2004, P. 73):

1. O comportamento humano se modifica tanto de um período para outro que não permite previsões científicas exatas.

2. O comportamento humano é enganoso, sutil e complexo para permitir o uso das caracterizações rígidas e dos instrumentos artificiais da ciência.

3. O comportamento humano pode ser estudado somente por outros observadores humanos, e estes sempre distorcem fundamentalmente os fatos da observação, e, assim, não existem procedimentos objetivos para se alcançar a verdade.

4. Os seres humanos, assunto dessas previsões tem a habilidade deliberada de alterar qualquer previsão que fazemos.

Assim, estudar os processos humanos de maneira rigorosamente experimental não é apenas uma possibilidade colocada pelo empiricismo, é também uma necessidade para quem, como os empiristas, se propõe a construir uma ciência que tem como objetivo “[...] compreender o mundo empírico no qual o homem vive” (GOODE e HATT apud TOMANIK, 2004,p. 75).

Podemos observar, que Historicamente a pesquisa científica se interessou tanto pelo conhecimento em sí quanto pelo conhecimento avaliado pelo que pode contribuir para interesses práticos (SELLTIZ et all., 1974, apud TOMANIK, 2004, p. 75). Contudo, os objetivos de compreensão, previsão e controle estão presentes igualmente nas ciências sociais. Desta forma a ciência não apenas possibilitaria ao ser humano o domínio sobre a natureza, como poderia se constituir, e de fato se constitui, num instrumento de previsão e de controle sobre as ações dos próprios homens (TOMANIK, 2004, P. 75-76).




Conclusão


Ao fazer a leitura de Popper, podemos perceber que ele trata da visão e do trabalho do cientista como uno, ou seja, cada um trabalha dentro do seu ponto de vista, faz os seus testes e submete-os à apreciação de seus parares no qual defende a lógica dedutiva sendo totalmente contra ao impirismo. Contudo, nesta caminhada temos um cientista solitário no qual aguarda a refutação de seus resultados de pesquisa através da crítica e falseabilidade de seu trabalho, onde diz que a ciências progridem com a solução de problemas e geração de novas teorias. Porém, no trabalho de Kuhn ele trata da questão da ciência quanto o cientista a nível de comunidade, esta de cientistas, que estão engajados nos estudos de linhas bem parecidas. Ou seja, que já seguem uma corrente teórica pré-estabelecida no que ele considera de ciência madura ou revolucionaria. E que a evolução das ciências evoluem quando um conceito deixa de ser válido para um determinado tipo de problema no qual define como enigma. No entanto, em Tomanik, observa-se que há um alinhamento tanto com o pensamento de Popper quanto ao de Kuhn; onde apóia o empiricismo e faz um esclarecimento sobre essa visão empiricista na qual tem tanto os elementos de Popper na questão da verificação da validade ou não de uma teoria, mesmo abordando os princípios do indutivismo defendido por Kuhn.


Referências

HOUAISS. Dicionário Eletrônico. CD-ROM 2010.


KUHN, Thomas S. A ESTRUTURA DAS REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS. 9 ed. 1 reimp. São Paulo: Persectiva, 2009.


NEVES, Francisco Ramos.1 KARL POPPER e THOMAS KUHN: reflexões acerca da epistemologia contemporânea I. R. FARN Natal. v.2, n.l. p. 142-148 .jul./dez. 2002.


Noção de Paradigma. Thomas Kuhn. http://filosofia.projectos.esffl.pt/T_Khun/Paradigmas_Khun.pdf. Acessado em15/07/2010 às 22h.


POPPER, Karl Raimond. A LÓGIC DA PESQUISA CIENTÍFICA. 14 ed. São Paulo: Cultrix, 2009.


RODRIGUES, Luís. A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA: CONTINUIDADE OU RUPTURA? http://ocanto.webcindario.com/apoio/ciencia2.htm, acessado em 10/07/2010, as 22:10h.


SCHMDIT, Paulo; SANTOS, José Luiz. O PENSAMENTO EPISTEMOLÓGICO DE KARL POPPER. ConTexto, Porto Alegre, v. 7, n. 11, 1° semestre 2007.


TOMANIK, Eduardo Augusto. O OLHAR NO ESPELHO: “Conversas” sobre a pesquisa em Ciências Sociais. 2 ed. ver. Maringá: Eduem, 2004.




sábado, 29 de maio de 2010

Resumo Inical do Projeto de Pequisa

Scraps




Da pesquisa:

A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO EM PROJETOS CULTURAIS AUTOSSUESTENTAVEIS

PESQUISA-AÇÃO: A formação do conhecimento e geração de idéias na elaboração, execução, armazenamento, recuperação e acesso a informação para o desenvolvimento de projetos culturais autossuestentaveis nos níveis estratégicos, tático e operacional.


A Pergunta problema

O desconhecimentos e uso das informações na utilização das técnicas de gestão, de desenvolvimento de conhecimento, no gerenciamento de projetos e na captação de recursos de forma sustentável têm impedido o crescimento da Escolas de Samba e Grupos de Quadrilhas Juninas de Valparaiso de Goiás?

O Resumo:

A problemática em relação ao desconhecimento e uso das informações na utilização das técnicas de gestão, de desenvolvimento do conhecimento, no gerenciamento de projeto e na captação de recursos de forma sustentável, o objetivo deste projeto é o de diagnosticar as necessidades de conhecimento na geração de idéias, elaboração, execução, armazenamento, recuperação e acesso à informação para o desenvolvimento de projetos culturais de forma a torná-los autossuestentaveis nos níveis estratégicos, tático e operacional. Assim, com a abordagem metodológica da pesquisa-Ação onde haja interação social do pesquisador com o objeto da pesquisa (base empírica - Os membros das Escolcas de Samba e Quadrialhas Junina) com a finalidade de apresentar relatórios científicos dos resultados de cada etapa de execução sob os aspectos metodológicos, teóricos e executivos da pesquisa (base teórica - autores à serem pesquisados conforme o desenvolvimento do tema da pesquisa), juntamente com os resultados dos conhecimentos adquiridos com a execução da pesquisa sob os aspectos do uso e da gestão da informação e da comunicação definidas na estruturação do projeto.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A Metodologia, o Conhecimento e a Ação




Podemos observar através da evolução do conhecimento, que a filosofia e as ciências estão concatenadas na tentativa de se explicar as coisas, os fatos e a própria cientificidade do objeto de estudo e do conhecimento deste estudo provocada pela incessante curiosidade do homem e as necessidades do meio em que se situa. Assim, de acordo com Carvalho (2008) a Filosofia é, antes de tudo, metafísica, porquanto sua questão fundamental é a do sentido do ser, mas talvez seja, antes que Metafísica, uma Teoria do Conhecimento, uma Epistemologia e Metodologia, porque qualquer questão filosófica implica necessariamente na abordagem concomitante (ou até prévia) do problema da verdade, conseqüentemente, na análise do conhecimento, da ciência e do método na perspectiva do sentido último (ou primeiro).

É neste caminhar filosófico e científico que nos deparamos como as idéias de Popper (2009, p.40) "A Experiência como Método" onde formular uma definição aceitável de "ciência empírica" é a tarefa que encerra dificuldades. Algumas dessas dificuldades decorrem do fato de que devem existir muitos sistemas teóricos cuja estrutura lógica é similar à estrutura lógica do sistema aceito, em particular instante da História, com o sistema de ciência empírica. Esse fato é descrito, algumas vezes, afirmando-se que há grande número - presumivelmente infinito - de "mundos logicamente possíveis". Entretanto, o sistema que se denomina "ciência empírica" pretende representar apenas um mundo: o "mundo real", ou o "mundo de nossa experiência".

Vemos nesta colocação de Popper, uma coadunação com a linha de pesquisa proposta, pois demonstra a necessidade de experiência do Pesquisador com aquilo que se propõe a pesquisar, ainda complementa que a "experiência, neste caso apresenta-se como um método peculiar por via do qual é possível distinguir um sistema teórico de outros; assim a ciência empírica parece caracterizar-se não apenas por sua forma lógica, mas, além disso, por seu método peculiar. [...] a teórica do conhecimento, cujo objetivo é analise do método ou processo próprio da ciência empírica, pode, nesses termos, ser descrita como uma teoria do método empírico - uma teoria daquilo que usualmente é chamado de "experiência" (POPPER 2009, p.41).

Entretanto, essa natureza ambígua da metodologia, com um pé na Filosofia (Teoria do Conhecimento) e outro na técnica rigorosa e sistemática da captação de dados da forma mais objetiva e eficaz não chega a ser uma desvantagem, e muito pelo contrário. Se o pesquisador compreende essa natureza ambígua, torna-se capaz de impor ao seu projeto de pesquisa e à sua execução, uma coerência interna extremamente vantajosa e uma consistência externa tão valiosa quanto à própria avaliação de verdade científica para seus resultados. Temos aqui um aparente conflito com o recente e debaldado esforço científico de constituição de uma metodologia que, superando o finalismo da filosofia e o imobilismo do conhecimento empírico comum, se firme como politicamente neutra e livre da ideologia (CARVALHO, 2008). Neste contexto, é que se insere a proposta deste projeto de pesquisa, pois, respalda a posição da cientificidade da pesquisa, segundo Mckay e Marshall (2001, apud MIRANDA 2003) a Pesquisa-Ação “está comprometida com a produção de novo conhecimento através da procura de solução ou melhoramentos de problemas práticos da vida real”.






Problemas da "Base Empírica"

Contudo, Popper (2009, p.45) questiona o problema da "Base Empírica" quanto aos enunciados singulares gerados pelos pesquisadores, ou seja, os problemas concernentes ao caráter empírico dos enunciados singulares e à maneira de submetê-los a prova - desempenham, assim, dentro da lógica da ciência, um papel que difere, até certo ponto, do que é desempenhado pela maioria dos outros problemas que nos preocuparão. Pois a maioria desses últimos mantém relação estreita para com a prática da pesquisa, enquanto a questão da base empírica pertence, de maneira quase que exclusiva, à teoria do conhecimento. Assim, não podemos nos afastar desta questão, ao se analisar as formas de Ação (intervenção) e os métodos utilizados na pesquisa-Ação, pois, além da experiência do pesquisador, haverá a uma exposição das experiências dos sujeitos pesquisados, objeto da pesquisa. Então, de acordo com Carvalho(2008), quando observamos o imbricamento político do mundo do conhecimento científico, da ciência pretensamente neutra e das metodologias como comprometimentos
ideológicos estabelecidos em paradigmas conflitantes, é forçoso concluir que a Filosofia é, também, antes de tudo, uma Ética, uma Filosofia Política, uma Filosofia da Educação, do Direito, da Religião, da Arte...

O fato é que, em toda forma de interpretação da realidade que o homem produziu
ao longo de sua história, vemos o conhecimento como dilema representado pelo abismo que é correlação entre o sujeito cognoscente e o objeto cognoscível, entre a mente e as coisas, o que nos leva a refletir se ser e saber não serão aspectos do mesmo problema (CARVALHO, 2008). Neste sentido, vemos a questão da objetividade científica colocada por Popper em relação à pesquisa e o conhecimento advindo do resultado da ação de forma empírica como base estrutural da pesquisa-ação na qual há interação com os saberes, experiências vivenciadas pelos sujeitos envolvidos na pesquisa. Em consonância com esta exposição, Thiollent (2008, p. 18) diz que: é necessário definir com precisão, de um lado, qual é a ção, quais são os seus agentes, seus objetivos e obstáculos e, por outro lado, qual é a exigência de conhecimento a ser produzido em função dos problemas encontrados na ação ou entre os atores da situação.



Objetividade Científica e Convicção Subjetiva

De acordo com Popper (2009, p. 46) as palavras "objetivo" e "subjetivo" são termos filosóficos pesadamente onerados por uma tradição de usos contraditórios e de discussões intermináveis e inconcludentes. Assim, o uso que faço dos termos "objetivo" e "subjetivo" não difere do de Kant (apud POPPER 2009, p.46). Ele usa a palavra "objetivo" para identificar que o conhecimento científico deve ser justificável, independentemente de capricho pessoal; uma justificação será "objetiva" se puder, em princípio, ser submetida à prova e compreendida por todos. "Se algo for válido", escreve Kant(apud POPPER 2009, p.46)"para todos os que estejam na posse da razão, seus fundamentos serão objetivos e suficientes". Ora, eu sustento que as teorias científicas nunca são inteiramente justificáveis ou verificáveis, mas que, não obstante, são suscetíveis de se verem submetidas à prova (POPPER 2009, p.46).
Popper é considerado um dos maiores combatentes ao indutivismo na pesquisa, porém não desacredita no empirismo como base metodológica, pois afirma ser este campo voltado à teoria do conhecimento. Mesmo assim, ainda afirma que foi Kant, talvez o primeiro a reconhecer que a objetividade dos enunciados científicos está estreitamente relacionados com a elaboração de teorias - como hipóteses e de enunciados universais (POPER 2009, p. 47).




Filosofia, a Ideologia e a Metodologia

Voltamos a nos apoiar no trabalho de Carvalho (2008) onde nos dá uma visão de que a base do conhecimento científico está irraigado na filosofia e na metodologia definida para base da pesquisa. A Filosofia, pela etimologia, é amor ao conhecimento, e como amor, seu único compromisso pré-determinado é com o objeto amado. A Metodologia, já na etimologia da palavra, formada dos vocábulos gregos meta e odos, resultando caminho para, se apresenta sua natureza ideológica, com a simples eleição do método predeterminando resultados. Exatamente por isso é impraticável, em se tratando de metodologia, a separação absoluta entre Filosofia e ciência-técnica do método (ou dos métodos).

No entanto, temos a questão da ideologia em relação à pesquisa ou aos resultados dela, Carvalho (2008) nos dá uma indicação onde informa que o problema é que a ideologia não é apenas a doutrina e sua imposição sub-reptícia toda uma sociedade. É bem pior, é uma fôrma (modeladora) do pensamento, não só coletivo, mas também do individual e até do mais íntimo da consciência humana. É a proto forma do imaginário, não apenas do cidadão comum em uma sociedade, mas também da própria sociedade, e por via de conseqüência, do cientista e do filósofo, ainda que estes sejam profissionais do pensar sistemático que têm no método a na crítica a sua própria definição.

Nesta linha de pensamento, Lima (2009)diz que: a abordagem metodológica Pesquisa-Ação aplicada à pesquisa em Ciência da Informação pode representar uma interessante combinação: de um lado, resultados práticos alcançados pela resolução inovadora de um problema, e, do outro, a contribuição para ciência em termos de resultados de pesquisa que já foram aplicadas e testados no mundo real (In: MUELER 2007, P.63). Minayo (2007, p. 61) corrobora quando diz que o trabalho de campo permite a aproximação do pesquisador da realidade sobre a qual formulou uma pergunta, mas também estabelecer uma interação com os “atores” que confrontam a realidade e, assim, constrói um conhecimento empírico importantíssimo para quem faz pesquisa social.

Assim, de acordo com Miranda (2003, p. 65-66) na sociedade da informação, a comunicação e a informação tendem a permear as atividades e os processos de decisão nas diferentes esferas da sociedade, incluindo a superestrutura política, os governos federal, estaduais e municipais, a cultura, as artes, a ciência e a tecnologia, a educação em todas as suas instâncias, a saúde, a indústria, as finanças, o comércio a agricultura, a proteção ao meio ambiente, as associações comunitárias, as sociedades profissionais, sindicatos, as manifestações populares, as minorias, as religiões, os esportes, lazer, hobbyes etc. Essa abrangência das possibilidades de benefícios advindos dos estudos de "Objetivo" - objetivo nesta linha se coaduna com Kant e Popper - da ciência da Informação se justifica nesta linha metodológica da pesquisa. Pois, A sociedade da informação passa progressivamente a funcionar em rede (MIRANDA, 2003. P.66). Ainda conclui que o fenômeno que melhor caracterize esse novo funcionamento em rede é a convergência progressiva que ocorre entre produtores, intermediários e usuários em torno a recursos, produtos e serviços de informações afins.





REFERÊNCIAS

CARVALHO, João Wilson Savino. Da Teoria do Conhecimento à Metodologia Científica: dilemas contemporâneos da pesquisa social. PRACS: Revista de Humanidades do Curso de Ciências Sociais UNIFAP. N. 1 dez 2008

LIMA, João Alberto de Oliveira. Pesquisa-Ação em Ciência da Informação. In: MUELLER, Suzana P. M. et al. MÉTOS PARA A PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Brasília: Thersaurus, 2007.

MINAYO, Maria Cecília de S. et al. PESQUISA SOCIAL: Teoria, método e criatividade, 26 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2007.

MIRANDA, Antônio. CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: Teoria e Metodologia de uma Área em Expansão. Brasília: Thesaurus, 2003.

POPPER, Karl. A LÓGICA DA PESQUISA CIÊNTÍFICA. 20 ed. São Paulo: Cultrix, 2009.

THIOLLENT, Michel. METODOLOGIA DA PESQUISA-AÇÃO. 16 ed.São Paulo: Cortez, 2008.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Objetivos da Pesquisa-Ação para a ciência e pesquisador




De acordo com um artigo de Roberto Jarry Richardson "COMO FAZER PESQUISA-AÇÃO?", podemos demonstrar os objetivos da pesquisa-ação a nível de pesquisa científica e de inserção do pesquisador na comunidade ou no objeto da pesquisa conforme descrito abaixo:

Para Kemmis e McTaggart(1988), fazer pesquisa-ação significa planejar, observar, agir e refletir de maneira mais consciente, mais sistemática e mais rigorosa o que fazemos na nossa experiência diária.

Em geral, duas idéias definem um bom trabalho de pesquisa:

- que se possa reivindicar que a metodologia utilizada esta adequada à situação, e

- que se possa garantir de certa forma um acréscimo no conhecimento que existe sobre o assunto tratado.

Isso pode ser um bom ponto de partida para uma pesquisa-ação.

Tal como o nome implica, a pesquisa-ação visa produzir mudanças (ação) e compreensão (pesquisa). A consideração dessas duas dimensões, mudanças e compreensão, podem dar uma importante contribuição na elaboração do projeto de pesquisa. Assim, as possibilidades de uso são muito grandes, desde um professor em uma pequena escola numa região afastada dos centros urbanos, até um estudo sofisticado de mudança organizacional com uma grande equipe de pesquisadores financiado por importantes organizações. Cohen e Manion (1990), apontam três possibilidades: o professor individual que trabalha em uma sala de aula para produzir determinadas mudanças ou melhorias no processo de ensino-aprendizagem; a pesquisa feita por um grupo que trabalha solidariamente, assessorados ou não por um pesquisador externo e, em último lugar, um professor ou professores que trabalham com um pesquisador ou uma equipe de pesquisa com um relacionamento permanente.

Ao igual que toda metodologia de pesquisa, as diversas tendências ideológicas do pesquisador ou do grupo, influenciarão a escolha do marco teórico, a interpretação dos resultados e as conclusões do trabalho.

Consideremos a idéia de Bob Dick (1997). Feche os olhos e imagine a seguinte situação:

Você tem alguma experiência em pesquisa, formado em ciências sociais e/ou humanas. Foi contratado como consultor por uma associação de moradores da sua cidade, dentro de um programa que procura mudanças num determinado bairro. Desconhecem-se os problemas, portanto, é necessária uma quantidade de diagnóstico inicial. Sabe que o conhecimento sobre a situação da associação surgirá no transcurso da pesquisa. O tempo é limitado. Portanto, precisa de metodologias eficientes. Além disso, o grupo de associados espera participar do programa.

Você deseja que o programa seja adequado e que tenha um bom resultado. Portanto, deve procurar que os membros do grupo compreendam o que estão fazendo. Também, espera melhorar a sua compreensão das pessoas, sistemas e mudanças. Em outras palavras, quer combinar pesquisa com a consultoria.

Na sua graduação estudou uma ou outra disciplina de pesquisa social, e já formado participou em alguns projetos. Aprendeu a importância do empirismo, problemas bem definidos, variáveis conhecidas e controladas, instrumentos estruturados, técnicas estatísticas de análise de dados claramente estabelecidas,etc. No entanto, tem constatado as dificuldades práticas de aplicar as metodologias e técnicas aprendidas.

Neste caso, não conhece o suficiente da situação, de tal maneira que não pode formular uma pergunta específica de pesquisa, não conhece o número de variáveis a incluir, não pode padronizar o processo de pesquisa, e o grupo deseja participar do processo.

O quê fazer ?

Muitos “pesquisadores” diriam que não tem possibilidade de fazer pesquisa, pois não existem as condições metodológicas exigidas para um trabalho “confiável” e “científico”.


Existe uma alternativa : usar a pesquisa-ação.

Para alguns pesquisadores que utilizam métodos e metodologias convencionais, a pesquisa ação é pobre. Mas, aplicam critérios que são adequados para o seu estilo de pesquisar: quantificação, controle, objetividade,etc.

Existem situações reais em que a pesquisa-ação pode lidar com determinadas dificuldades bem melhor que outras formas de pesquisa “mais tradicionais”. O rigor, validade e confiabilidade são resultado da discussão e reflexão crítica com os participantes do grupo. Não é fácil, mas vale a pena. O método científico evoluiu, entre trancos e barrancos para chegar a sua fase atual. A pesquisa-ação é recente, está evoluindo.

Objetivos da pesquisa-ação.

Seguindo as idéias de diversos autores (Kemmis e McTaggart, 1982; Dick, 1997 e 1998; Arellano, (s.d); O´Brien, 1998), a pesquisa-ação procura a mudança, mas, uma mudança para melhorar. Assim, os seus principais objetivos são:

1. Melhorar:

- a prática dos participantes;

- a sua compreensão dessa prática; e

- a situação onde se produz a prática.

2. Envolver:

- assegurar a participação dos integrantes do processo.

- assegurar a organização democrática da ação.

- propiciar compromisso dos participantes com a mudança.

AS MÁSCARAS DA CIÊNCIA E A DIFICULDADE DA DEFINIÇÃO DA PESQUISA




De acordo com Japiassu (1977), fica visível um dos pontos mais controverso sobre a "neutralidadeda" na ciência.

"A significação aparente da ciência encontra-se nas intenções subjetivas dos próprios cientistas, cuja preocupação fundamental seria a busca do conhecimento, e nas intenções dos que elaboram a política científica, tendo em vista o aumento da produção de bens como decorrência da produção de conhecimentos. O cientista, no mundo atual, saiu da ficção neutralista e com ele a ciência. Por isso estamos diante de dois mitos da ciência: o mito da ciência-gue-conduz-necessariamente-ao-progresso e o da ciência-pura-e-imaculada. Segundo o primeiro a ciência se expõe a ser julgada pelo valor social de seus resultados e de acordo com o segundo a ciência é seu próprio fim, não tendo que prestar contas a nenhuma instância exterior. Se há crise na ciência é porque os cientistas se interrogam sobre a significação e função reais, na sociedade, de seus trabalhos."

Neste contexto, podemos analisar o que então se faz no meio social através da Pesquisa-Ação, seria uma das formas de atuar de forma científica e consciente dos resultados da ciência?
(seria uma hipótese?)

De viés com a neutralidade na pesquisa cientifíca, vai a minha intenção ao buscar através do conhecimento e da partilha, utilizar das formas e técnicas na áreá da gestão de projetos a utiliação de uma(s) metodologia(s) que venha(m) ao encontro dos anseios das entidades culturais e sociais no apóio ao desenvolvimento dessas organizações (Grupos Carnavalescos, Escolas de Samba e Quadrilhas) que trabalham com projetos voltados para a comunidade onde estão inseridas.

Assim, a busca por uma metodologia ou um(s)metódo(s) que possa ser conduzido com a inserção do pesquisador, valendo-se da convivência e dos conhecimentos já adquiridos com outras linhas de estudos e pesquisa no intuito de desenvolver as atividades culturais e socias em determinada região seja passível de uma pesquisa cintífica - Pesquisa-Ação - então vejo nesse caminho uma luz para o desenvolvimento da pesquisa proposta.

Ainda, de acordo com Japiassu(1977) e seu trabalho só justifica o estatuto privilegiado que lhe
reconhecemos, mas ele não pode permanecer estranhos à "sociedade do espetáculo". Na verdade, saiu da ficção neutralista. E, com ele, a ciência. Por isso, estamos diante de dois mitos ou de duas ilusões (máscaras) que precisam ser superadas. Trata-se da dupla ilusão da neutralidade objetiva, que dispensaria os cientistas, em nome de sua atividade racionalista, de tomar parte nos conflitos e nas incertezas da cidade política (exceto de tomar parte na defesa da nação em perigo, e este é o caminho de todas as hipocrisias neutralistas), e do magistério ético que reconheceria aos cientistas o direito que eles possuiriam de dizer o que é bom, porque conhecem o que é verdadeiro (o que degenera, ipso facto, em "política cientificizada"). Ora, não há nenhum carisma político no patrimônio da comunidade científica. Por isso, não pode reivindicar o direito de governar a sociedade.

Então, como pesquisador não pode (não tem o poder) gorvernvar essa comunidade, através da Pesquisa-Ação (PA) poderá auxiliar e colaborar com o desenvolvimento através da sua participação (inserção) e interação com objeto da pesquisa, sendo essa uma das afirmações de diversos autores sobre a PA no contexto social das ciências sociais aplicadas (LEWIN, 1965; FREIRE,1972; THIOLLENT, 1998; BARBIER 2002), nesta linha Tripp (2005) nos apresenta uma explicação do desenvolvimento da PA.

É difícil de definir a pesquisa-ação por duas razões interligadas: primeiro, é um processo tão natural que se apresenta, sob muitos aspectos, diferentes; e segundo, ela se desenvolveu de maneira diferente para diferentes aplicações. Quase imediatamente depois de Lewin haver cunhado o termo na literatura, a pesquisa-ação foi considerada um termo geral para quatro processos diferentes: pesquisa-diagnóstico, pesquisa participante, pesquisa empírica e pesquisa experimental (Chein; Cook; Harding, 1948). Pelo final do século XX, Deshler e Ewart (1995) conseguiram identificar seis principais tipos de pesquisa-ação desenvolvidos em diferentes campos de aplicação.

No final da década de 1940 e início da década de 1950, utilizava-se em administração (Collier), desenvolvimento comunitário (Lewin, 1946), mudança organizacional (Lippitt, Watson; Westley, 1958) e ensino (Corey, 1949, 1953).

Na década de 1970, incorpora-se (com finalidades de) mudança política, conscientização e outorga de poder [empowerment] (Freire, 1972, 1982), pouco depois, em desenvolvimento na- cional na agricultura (Fals-Borda, 1985, 1991) e, mais recentemente, em negócios bancários, saúde e geração de tecnologia, via Banco Mundial e outros (Hart; Bond, 1997).


Então, neste contexto, me vejo com uma problemática da pesquisa - "PESQUISA-AÇÃO: A formação do conhecimento e geração de idéias na elaboração, execução, armazenamento, recuperação e acesso a informação para o desenvolvimento de projetos culturais autossuestentaveis nos níveis estratégicos, tático e operacional." - Seria então uma pesquisa ciêntifica ou não no contexto da Ciência da informação?